terça-feira, 12 de julho de 2011

Embaraço

No silêncio, falo
Compreendo e calo
Sou apenas o que posso
Avanço o que dá meu passo

Finjo o que penso
Mas não desfaço o desejo
Um descompasso, laço tenso
Minha alma, como a vejo

De tudo o resto
O que sobra é pouco
Um esgar de medo
Me invade o sono
Que sono?

domingo, 10 de julho de 2011

Mais um tempo


Nestes jogos de sonhos
De penumbra e solidão
De demônios tão humanos
De honesta imperfeição

Mais um tempo
Assustadora constatação
Que a luz procura as trevas
E em meu espírito diluição

Mais um tempo
Se me sobrar mais algum
Se me permitem o óbvio
Não desejo mais nenhum

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Morte

A morte nos iguala
Em defeitos e humanidade
A morte nos iguala
Em genética e qualidade

A morte nos liberta
Do que somos e não queremos
A morte nos é certa
Pois somos menos e extremos

terça-feira, 5 de julho de 2011

Dual

A verdadeira face
Do verso ou reverso
Mas qual?
Se tenho várias, se sou imortal....
A verdadeira face
Do bem ou do mal
Como definir de fato
Se sou ambíguo, se sou dual?
Minha verdadeira face
Está mais no que erro
No que não penso e falo
E no choro no qual me calo

Quase

Só um pouco do que sinto
Só um pouco do que vivo
Só um pouco do meu tempo
Só um pouco do que quero
Cansei de ser um pouco
Queria ser completo